Em pesquisa feita pelo Instituto Atlas e divulgada pela revista Valor Econômico, nesta segunda-feira, 24, acompanhamos cenários políticos interessantes e surpreendentes no Ceará para 2022. Sim, surpreendentes pois os números apontados pela pesquisa apontam um 1º lugar nas intenções de votos consolidado pelo ex-presidente Lula, com a disputa pelo 2º lugar embolada.
Segundo o levantamento feito em pelo menos dois cenários de 1º turno, Lula tem cerca da metade do eleitorado cearense, com 50,8% em um e 48,9% em outro. Acompanhe os detalhes:

Nos dois cenários, são apresentados um número reduzido de candidaturas a presidente, sendo 4 compostas: pelo petista, por Bolsonaro -atual presidente, por Ciro Gomes -do PDT, e por um tucano -João Dória em um e Tasso Jereissati em outro. Em todas as situações, Ciro Gomes, que foi governador do Ceará e, sempre que candidato a presidente, ganhava no estado, aparece em 2º ou 3º lugar, revezando com o presidente Bolsonaro quando Tasso entra na disputa. Em um 2º turno no Ceará, todos os candidatos venceriam o atual presidente.
Vale lembrar que em 2018, o Ceará foi o único estado brasileiro a não colocar Bolsonaro no 2º turno, isso pois o presidente teve aqui 21% dos votos no 1ºT; Ciro teve 40,95%, enquanto Haddad, 33,12%. No 2ºT, Haddad venceu no Ceará com 71,11% dos votos.
O levantamento também indagou os entrevistados sobre a imagem dos representantes do executivo estadual e nacional:
- O governador Camilo Santana tem 60,3% de aprovação, 34,4% de desaprovação e 5,3% que não souberam responder;
- O presidente da República, Jair Bolsonaro, aparece com aprovação de 23,6% e desaprovação de 72%. 4,4% não souberam responder.
Essa pesquisa aparece em meio a um desgaste na aliança entre PT e PDT no Ceará. Ciro Gomes tem concentrado ataques em Lula nos últimos meses, o que tem desagradado figuras e militantes da sigla. José Airton, deputado Federal pelo PT já disse que o partido pretende ter um palanque forte no estado no ano que vem, nem que para isso lance na disputa pelo governo um petista, com seu nome a disposição, inclusive [confira aqui]. André Figueiredo, também parlamentar e presidente do PDT no Ceará, diz que para ter palanque forte, Lula não precisa lançar candidatura própria de seu partido ao governo, pois de qualquer forma já é um nome importante e respeitável no estado [confira aqui]. Ao mesmo tempo, Lula se encontrou com Eunício Oliveira, do MDB, para tratar de alianças, com o partido e outros como PSB e PCdoB [confira aqui]; na última semana, Zé Airton também se encontrou com o emedebista para tratar de assuntos políticos [confira aqui].
Ao atacar Lula, Ciro parece estar desgastando o próprio nome, enquanto o petista e Bolsonaro, ao menos no restante do país, parecem polarizar cada vez mais a disputa. O levantamento foi realizado entre 14 e 21 de maio, em pesquisa online por meio de convites randomizados, e a pedido da Revista Valor.