Sertão Central tem taxa altíssima de transmissão da Covid, Litoral Leste/Jaguaribe vem em seguida. Acompanhe os números das regiões

Como noticiamos aqui, o decreto estadual anunciado pelo Governador Camilo Santana permaneceu, na última semana, inalterado. O quadro se deve à estabilidade dos dados do estado, mas que também preocuparam pelo descontrole analisado em duas regiões em específico.

Embora o Ceará esteja passando por um momento de tendência de redução e estabilização de casos de Covid-19, a Secretaria Estadual da Saúde, Sesa, ainda considera preocupante a situação de transmissão da doença. No momento, duas das cinco macrorregiões de saúde apresentam maior alerta: Sertão Central e Litoral Leste/Jaguaribe. Se os índices já estavam acima do normal durante o início da retomada econômica no estado, em 12 de abril, estes aumentaram ainda mais com o decorrer das semanas, ligando alertas do poder estadual.

A análise foi compartilhada pelo titular da secretaria em transmissão ao vivo ao lado do governador Camilo Santana, na última sexta-feira, 7. Na ocasião, os gestores informaram que o novo decreto estadual que dispõe sobre a liberação de atividades permanece sem avanços em relação à semana anterior.

“Temos tendência de redução de casos, mas um grande número de internações e percentual de leitos de UTIs ocupados. Há redução de pressão sobre as UPAs, possibilitando melhor atendimento, mas mesmo assim ainda é preciso muita cautela, ainda temos limiares muito altos para considerar a pandemia controlada”, relata o secretário de Saúde do estado, Dr. Cabeto

Para os alertas regionais, os analistas da Sesa consideram a taxa de reprodução, que avalia o potencial de disseminação do coronavírus. Se ele é maior que 1, cada infectado transmite a doença a, pelo menos, mais uma pessoa. Se é menor que 1, a tendência é que o número de contágios retroceda. Abaixo, confira o índice de transmissão por região calculado para o período entre 7 e 27 de abril e a análise da secretaria:

  • Sertão Central (20 municípios): 1,20

Todos os municípios estão em nível  “altíssimo” para transmissão da Covid, de acordo com a plataforma IntegraSUS. Há preocupação com cidades como Quixadá, Canindé, Quixeramobim e Tauá. Ontem, o Hospital Regional da área (HRSC) abriu 44 leitos de enfermaria que, segundo Camilo Santana, já estão com pacientes.

  • Litoral Leste/Jaguaribe (20 municípios): 1,06

Assim como no Sertão Central, todos os municípios estão em nível  acima do normal para transmissão da doença. O governador informou que, “em breve”, serão abertos leitos de UTI em Aracati. O Dr. Cabeto ressaltou que essas duas regiões “merecem todo o cuidado e atenção dos gestores públicos”.

  • Cariri (45 municípios): 0,99

O índice está abaixo de 1, mas muito próximo dele. O gestor da saúde lembra que uma das peculiaridades da região é o aumento na demanda por leitos. Atualmente, o cenário também indica altas taxas de positividade. Apenas dois municípios estão no nível “alto”, mas os demais estão em nível  “altíssimo” para transmissão da Covid.

  • Sobral (55 municípios): 0,95

Embora abaixo de 1, a área norte -que inclui cidades de Jijoca de Jericoacoara a Quiterianópolis– teve aumento em relação ao período anterior (0,89 entre 30 de março e 19 de abril). Para Cabeto, a região exige “uma análise mais cuidadosa, dia a dia”. Por lá, unidades de saúde de Camocim e Acaraú devem ser contempladas com novos leitos em breve. Todos os municípios estão em nível  “altíssimo” para transmissão da Covid-19.

  • Fortaleza (44 municípios): 0,88

Todos os municípios também estão em nível  “altíssimo” para transmissão, mas a taxa de reprodução ainda é a menor do Estado. Camilo afirmou que, na próxima semana, deve começar a funcionar o hospital de campanha do Maciço de Baturité, em Aracoiaba -serão 30 leitos de enfermaria e 10 UTIs.

O Sertão Central levantou grande preocupação do gestor do estado devido a seus crescentes dados, enquanto as demais regiões regrediram ou estabilizaram a transmissão e os novos casos e óbitos. De acordo com o IntegraSUS, a região central do Ceará tem hoje, domingo, 9, cerca de 42 mil casos confirmados e mais de 1.020 óbitos. Quixadá viu seus números crescerem absurdamente esse ano, enquanto o poder público da cidade se omitiu, até a insustentabilidade da situação pedir uma medida enérgica. Um lockdown foi realizado na cidade, contudo, devido a pressões, o prefeito Ricardo Silveira cedeu e reabriu a economia, alegando uma estabilidade que não existe. Quixeramobim, município vizinho, concentra o maior índice de mortes: 171. Ibaretama, também na região, monitora 140 casos suspeitos, número alto frente a população da cidade. Na live, o governador Camilo sugeriu que os gestores da região tomassem medidas mais restritivas.

Todo cuidado é pouco!

Com informações do Diário do Nordeste e IntegraSUS

 

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